O governador Carlos Massa Ratinho Junior apresentou nesta quarta-feira (9) o programa Rede Elétrica Inteligente, que será implantado pela Copel, com investimento total de R$ 820 milhões. O programa tem como objetivo modernizar a gestão e a distribuição de energia elétrica no Estado. Na primeira fase serão atendidos 151 municípios das regiões Leste (Região Metropolitana de Curitiba), Centro-Sul, Sudoeste e Oeste, beneficiando aproximadamente 4,5 milhões de paranaenses. Além do governador, o lançamento oficial do programa, no Palácio Iguaçu, contou com participação do presidente da companhia, Daniel Pimentel Slaviero.
Com o novo sistema, as unidades consumidoras terão medidores digitais que se comunicam diretamente com o Centro Integrado de Operação da Distribuição da Copel, facilitando o controle de toda a cadeia, da subestação até o consumidor final. Esse investimento tecnológico permitirá leitura de consumo a distância e autonomia para cidadão monitorar seu consumo em tempo real por aplicativo. Além disso, o programa vai reduzir o tempo de desligamento provocado por intempéries e outros fatores externos ao sistema.
O governador destacou que a rede será totalmente automatizada e que o programa é um salto histórico que permite, entre várias novas soluções, acabar com furtos de energia, tornar as cidades cada vez mais inteligentes e garantir monitoramento amplo da rede para, inclusive, diminuir as tarifas. O programa será implementado sem qualquer custo adicional para os clientes. Essa primeira fase de implementação deve durar 30 meses.
“A Copel tinha o compromisso de olhar mais para o Estado, realizar investimentos regionais. Já temos o Paraná Trifásico em pleno funcionamento, com mais de mil quilômetros instalados para fomentar o desenvolvimento econômico das propriedades rurais, estruturando ainda mais a cadeia do agronegócio, e agora os municípios passarão a ter um sistema ainda mais moderno e seguro”, disse Ratinho Junior.
Ele complementou que o Paraná tem vocação para produzir e gerar energia com qualidade e que deve apostar cada vez mais nesse segmento. “Estamos na vanguarda do setor energético. Somos os maiores produtores de energia do Brasil e fazemos isso de maneira sustentável, inclusive como terreno fértil para as Pequenas Centrais Hidrelétricas e Centrais Geradoras Hidrelétricas”, acrescentou o governador. “A Copel hoje vale mais de R$ 20 bilhões. Ela está ajudando o Paraná a ser o Estado mais inovador do País”.
O investimento nesta primeira fase levará a nova tecnologia para unidades consumidoras residenciais e empresas urbanas e rurais. A rede inteligente da Copel será a maior do Brasil, em um modelo que já existe em países como os Estados Unidos e o Japão. O programa foi idealizado para melhorar a qualidade de energia, dar agilidade ao atendimento dos serviços, garantir gestão energética pelo consumidor, reduzir custos operacionais, possibilitar novas modalidades tarifárias e facilitar a integração nas cidades inteligentes.
Segundo Daniel Pimentel, o programa é uma revolução tecnológica no setor e coloca o Paraná cada vez mais na vitrine dos investimentos privados, fundamentais, sobretudo, para a recuperação das condições da economia depois da pandemia. Ele ressaltou que o programa atende aos três principais pilares da companhia: redução de despesas, investimento seguro e qualidade de energia para os clientes.
“Temos como prioridade a energia elétrica, em gerar, transmitir e comercializar energia com qualidade. Esse programa está nesse escopo e será o maior de redes inteligentes do País. Vamos evitar deslocamentos desnecessários dos eletricistas, atender as demandas elétricas com rapidez e possibilitar geração de dados qualificados para a Copel e os consumidores”, afirmou o presidente da companhia. “Estamos garantindo estabilidade e que o comércio, a indústria e o agronegócio continuem a crescer no Paraná”.
BENEFÍCIOS – Com os novos medidores inteligentes, a leitura do consumo será online e os clientes poderão acompanhá-la no telefone celular, em tempo real, por meio do aplicativo da Copel. A rede inteligente também terá sensores e dispositivos de controle a distância que permitem que ela se religue sozinha na maioria dos casos e, caso isso não ocorra, que a Copel possa detectar de imediato e sanar eventuais problemas de desligamento a partir do Centro Integrado de Operação da Distribuição, em Curitiba.
Com essa integração, quando houver necessidade de intervenção de técnicos, o centro saberá indicar o ponto exato que gerou a queda de energia. Essa solução elimina a necessidade de percorrer toda a rede afetada presencialmente para identificar o local onde ocorreu o problema. Consequentemente, o tempo para o restabelecimento da energia diminuirá, ampliando a qualidade de vida nos municípios e a segurança para o agronegócio e as indústrias, além de evitar danos aos eletrodomésticos.
“Inicialmente vamos substituir os antigos medidores por medidores inteligentes, que são pequenos computadores. Eles levantam dados e possibilitam conhecimento em tempo real da rede. Ao mesmo tempo lançar um sistema robusto de comunicação para fazer essa conexão entre as unidades consumidoras e o centro de controle. Vamos aproveitar melhor toda a nossa energia, tornar a Copel cada vez mais ativa no sistema”, afirmou Maximiliano Orfali, diretor-geral da Copel Distribuição.
Esses novos aparelhos terão potencial para integrar outros serviços no futuro, como microgeração distribuída, tecnologias de armazenamento de energia, controle da iluminação pública e abastecimento de carros elétricos. Com a avaliação de todos os pontos de consumo do sistema de distribuição em tempo real também será possível identificar áreas de perdas e furtos de energia que oneram a tarifa, contribuindo para a eficiência das instalações. A rede inteligente contará, ainda, com reguladores de tensão automáticos.
“Em breve teremos a demanda dos carros elétricos, e as cidades demandam novas soluções. As redes inteligentes serão fundamentais para as smart cities, para iluminação pública, semáforos, integração de dados. O céu é o limite. Teremos condições de oferecer serviços que ainda não conhecemos, vamos gerar mais valor para o consumidor. E tudo com monitoramento diário no nosso centro de controle”, arrematou Orfali.
ANEEL – Representantes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), autarquia federal reguladora do setor, prestigiaram o lançamento do Rede Elétrica Inteligente. Para o diretor-geral da agência, André Pepitone da Nóbrega, o investimento anunciado pela Copel atende ao que há de mais urgente no setor energético. “Essa decisão ocorre em sintonia com os movimentos do setor, que são maior protagonismo dos consumidores, incorporação definitiva de tecnologia e dados e crescente preocupação ambiental. Esse programa vai permitir um novo salto de qualidade da Copel”, afirmou. “A rede da companhia vai passar a transmitir informações, além dos elétrons. Isso eleva de sobremaneira a qualidade de atendimento aos consumidores”.
“A Copel é muito bem avaliada pelos paranaenses e pelo regulador brasileiro, Ministério de Minas e Energia e outros players do setor elétrico brasileiro. Toda essa eficiência refletirá em melhores tarifas para os paranaenses, melhor qualidade de serviço, e quem ganha é o consumidor”, disse Efrain Pereira da Cruz, diretor da Aneel.
Sandoval de Araújo Feitosa Neto, que também é diretor da autarquia, destacou que o setor elétrico é vetor de desenvolvimento. “O Estado do Paraná, já muito desenvolvido, dará um novo salto de qualidade. As empresas vão querer investir no Paraná porque ele tem energia forte e confiável. Essa modernidade vai trazer comodidade, conveniência e competitividade para o Estado”, acrescentou.
ETAPAS – Esta primeira fase do programa Rede Elétrica Inteligente foi dividida em duas etapas. Em julho a Copel Distribuição realizou a maior licitação da sua história para contratar o fornecedor que instalará a tecnologia nas primeiras 73 cidades das regiões Centro-Sul, Sudoeste e Oeste do Paraná. Somente nesta etapa são R$ 252 milhões aplicados já a partir deste ano, com benefício direto a 1,5 milhão de paranaenses (462 mil unidades consumidoras). A implantação definitiva ocorrerá até o segundo semestre de 2022.
A licitação para a segunda etapa está prevista para o começo de 2021. Serão mais R$ 568 milhões, outro investimento histórico da Copel Distribuição, para atender mais 78 municípios das regiões Leste, Centro-Sul, Sudoeste e Oeste do Paraná. A previsão é que a implantação comece no segundo semestre de 2021 e atenda 3 milhões de paranaenses (1 milhão de unidades consumidoras).
Depois dessas etapas o projeto será levado para as outras cidades do Paraná em novas fases de implementação.
HISTÓRICO – O programa Rede Elétrica Inteligente nasce depois que a Copel instalou o sistema em Ipiranga, cidades dos Campos Gerais, como projeto-piloto, em 2018. Foram cinco mil unidades consumidoras atendidas nas áreas urbana e rural do município e os resultados foram satisfatórios. A duração dos desligamentos de energia, por exemplo, diminuiu 52% na comparação entre os anos de 2018 e 2019.
Em 2019, como parte desse processo, a Copel inaugurou o Centro Integrado de Operação da Distribuição, em Curitiba, e adquiriu a solução ADMS, (Advanced Distribution Management System, ou Sistema Avançado de Gerenciamento de Distribuição), sistema mais moderno do mercado para gestão de redes de energia. O investimento adicional foi de R$ 60 milhões.
PARANÁ TRIFÁSICO – O investimento nesse programa se soma ao montante de R$ 2,1 bilhões que estão sendo aplicados na substituição da rede monofásica das áreas rurais do Estado. Foram implementados 1,2 mil quilômetros desde então e outros 3,1 mil já estão em execução. Serão 25 mil quilômetros de redes novas até 2025.
PRÊMIO – O diretor-geral da Aneel também entregou ao governador e ao presidente da Copel o troféu de Melhor Ouvidoria do País entre as empresas de energia elétrica. O prêmio reconhece o desempenho no tratamento das reclamações registradas pelos clientes e a estrutura robusta de atendimento da Copel.
Em 2019 a área recebeu 9.417 processos. Em 283 casos o cliente não ficou satisfeito com a resposta recebida e levou a reclamação à Aneel, que reconheceu como procedentes apenas 12. Esse é o melhor resultado registrado pela Copel desde que a Ouvidoria passou a ser subordinada diretamente à distribuidora, em 2013.
PRESENÇAS – Participaram do lançamento o secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, Rodrigo Limp Nascimento; o 1º vice-presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, desembargador Wellington Emanuel Coimbra de Moura; os deputados estaduais Hussein Bakri e Alexandre Curi; o CEO da Eletra Indústria e Comércio de Medidores Elétricos na América Latina, Xiaoqin Qian; e outros diretores da Copel.
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Confira as cidades que integram o Rede Elétrica Inteligente
Primeira etapa
Bituruna, Boa Ventura de São Roque, Campina do Simão, Cruz Machado, General Carneiro, Guarapuava, Laranjal, Mallet, Palmital, Paula Freitas, Paulo Frontin, Pinhão, Pitanga, Porto União, Porto Vitória, Santa Maria do Oeste, Turvo, União Da Vitória, Ampére, Barracão, Bela Vista da Caroba, Boa Esperança do Iguaçu, Bom Jesus do Sul, Bom Sucesso do Sul, Capanema, Chopinzinho, Clevelândia, Coronel Domingos Soares, Coronel Vivida, Cruzeiro do Iguaçu, Dois Vizinhos, Enéas Marques, Flor da Serra do Sul, Francisco Beltrão, Honório Serpa, Itapejara d’Oeste, Mangueirinha, Mariópolis, Marmeleiro, Nova Esperança do Sudoeste, Nova Prata do Iguaçu, Palmas, Pato Branco, Pérola D’Oeste, Pinhal de São Bento, Planalto, Pranchita, Realeza, Renascença, Salgado Filho, Salto do Lontra, Santa Izabel do Oeste, Santo Antônio do Sudoeste, São João, São Jorge d’Oeste, Saudade do Iguaçu, Sulina, Verê, Vitorino, Candói, Cantagalo, Espigão Alto do Iguaçu, Foz do Jordão, Goioxim, Laranjeiras do Sul, Manfrinópolis, Marquinho, Nova Laranjeiras, Porto Barreiro, Quedas do Iguaçu, Reserva do Iguaçu, Rio Bonito do Iguaçu e Virmond.
Segunda etapa
Araucária, Balsa Nova, Campo do Tenente, Contenda, Fazenda Rio Grande, Lapa, Mandirituba, Piên, Quitandinha, Rio Negro, Agudos do Sul, Anahy, Antonio Olinto, Assis Chateaubriand, Boa Vista da Aparecida, Braganey, Cafelândia, Campo Bonito, Capitão Leônidas Marques, Carambeí, Cascavel, Catanduvas, Céu Azul, Corbélia, Diamante do Oeste, Diamante do Sul, Entre Rios do Oeste, Fernandes Pinheiro, Formosa do Oeste, Foz do Iguaçu, Guaíra, Guamiranga, Guaraniaçu, Ibema, Iguatu, Imbituva, Inácio Martins, Iracema do Oeste, Irati, Itaipulândia, Ivaí, Jesuítas, Lindoeste, Marechal Cândido Rondon, Maripá, Matelândia, Medianeira, Mercedes, Missal, Nova Aurora, Nova Santa Rosa, Ouro Verde do Oeste, Palmeira, Palotina, Pato Bragado, Ponta Grossa, Porto Amazonas, Prudentópolis, Quatro Pontes, Ramilândia, Rebouças, Rio Azul, Santa Helena, Santa Lúcia, Santa Tereza do Oeste, Santa Terezinha de Itaipu, São João do Triunfo, São José das Palmeiras, São Mateus do Sul, São Miguel do Iguaçu, São Pedro do Iguaçu, Serranópolis do Iguaçu, Teixeira Soares, Terra Roxa, Toledo, Três Barras do Paraná, Tupãssi e Vera Cruz do Oeste.
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Confira os principais benefícios para o consumidor
Menos tempo e menos desligamentos: Monitorado de forma remota, o medidor inteligente permite à Copel localizar com precisão o ponto onde ocorreu o desligamento na rede. Com a integração aos demais dispositivos de operação, ele permite o isolamento do defeito e o envio rápido de uma equipe para o local do problema.
Religação automática: O programa é composto de sistemas de reconfiguração de rede (religadores automáticos) e reguladores de tensão em tempo real. Eles se integram aos sistemas de informação e têm potencial para integrar outros serviços no futuro, como microgeração distribuída, tecnologias de armazenamento de energia, iluminação pública inteligente e abastecimento de carros elétricos.
Controle do consumo: O medidor inteligente fornece ao cliente informações para subsidiar o controle do consumo em tempo real como, por exemplo, quais equipamentos estão influenciando mais no gasto de energia.
Leitura à distância: A leitura do consumo nas residências será feita de forma remota.
Qualidade da energia: O medidor também permite à Copel monitorar a qualidade do fornecimento às unidades consumidoras a partir de variáveis como tensão, corrente e potência, antecipando possíveis falhas.
COPEL investe R$ 820 milhões para modernizar distribuição de energia